











“Tá brincando que um carrão desse tamanho tem um motorzinho 1.4!”, se espantou um amigo meu. “Não é bem um motorzinho, é turbo e tem 152 cv”, argumentei. Mas ele não se convenceu. “Sei, sei, mas aí bebe muito...”. “Nem tanto, porque é 1.4. A Fiat diz que ele é 10% mais econômico que um 2.0 aspirado, e anda mais”, retruquei. Para fazê-lo acreditar no que eu estava dizendo, fomos dar uma volta no Linea T-Jet. Bastou entrarmos no carro para começarem os elogios. “Cara, esse Fiat é chique, hein?” Concordo: a combinação de preto com bege deixa o interior do T-Jet com um aspecto bem mais requintado que os demais Linea. Até o acabamento é mais caprichado nesta versão. A parte central do painel (onde está o CD/MP3 player e o ar-condicionado digital) é meio prata, meio dourada... Não consegui definir exatamente a cor, mas que é bacana, isso é. O quadro de instrumentos com grafia esportiva também não fica atrás. Aliás, o “cockpit” do Linea é um dos pontos fortes do carro. O volante de três raios revestido de couro tem encaixe perfeito para as mãos, e o banco abraça bem o motorista. Como a direção regula em altura e distância, e o banco idem, fica fácil encontrar uma posição legal para dirigir.
Logo nas primeiras aceleradas, meu carona já se convence de que um 1.4 pode, sim, empurrar o Linea sem problemas. “É, ele responde bem mesmo”. Por ser compacto (e encher rápido), o turbo IHI RFH3 (que opera com 1,0 bar de pressão) faz o motor 1.4 16V ter pegada desde baixas rotações. A 2.250 rpm, por exemplo, os 21,1 kgfm já estão todos a postos. O segredo então é manter a agulha do conta-giros acima dessa faixa. Abaixo disso, como nas saídas de lombadas em segunda marcha, os 1.372 kg desse Linea (aferidos por Autoesporte) são sentidos pelo motorista, principalmente com o carro cheio.
Na pista de testes, o T-jet lixou “bonito” os pneus na arrancada — foi preciso dosar o acelerador para se obter o melhor desempenho. A aceleração é boa, mas não chega a tirar o fôlego. Foram 9,9 segundos de 0 a 100 km/h e 31 segundos até cruzar os mil metros, a 170,8 km/h. A máxima ficou próxima dos 200, com 199,1 km/h. Saudoso da “patada” do Marea Turbo? Nós também: nosso arquivo de testes mostra 7,3 segundos até chegar aos 100 km/h e 227 km/h de velocidade final. Mas o temperamento do Marea era bem mais agressivo. Com motor cinco cilindros 2.0 20V operando com 1,2 kg de pressão no turbo, ele gerava 182 cv e 27 kgfm de torque a 2.750 rpm. É covardia comparar com esse Linea. Tudo bem, o T-Jet pode não andar como seu antecessor, mas sua tocada é bem mais suave, sem a entrada violenta do turbo como no Marea. Não fosse pelo assobio do turbo (que instiga a pisar mais fundo), você quase diria que está num carro aspirado. E a promessa da Fiat (aquela de ser melhor que um 2.0 aspirado) se cumpre. Se compararmos o teste do Linea 1.4 turbo com o do novo Focus 2.0 16V, o T-Jet leva vantagem em todas as provas de desempenho, embora a margem seja pequena.
Mas, e o consumo? A Fiat disse que adotou esse 1.4 italiano por causa da tendência de downsizing (encolhimento) dos motores na Europa, que visa diminuir o gasto de combustível e, conseqüentemente, a emissão de poluentes. Por aqui, registramos 8,9 km/l na cidade e 12,7 km/h na estrada, boas marcas para um carro turbo — contrariando o pensamento do meu amigo. Vale lembrar, porém, que essas médias foram obtidas com o pé leve, o que exige um certo autocontrole nesse carro. Na estrada, a 120 km/h em quinta marcha, o motor gira a cerca de 3.200 rpm e o turbo sopra pouco (há um mostrador no painel que indica o trabalho do “caracol”). O T-Jet viaja bem mais à vontade que o Linea 1.9 16V, com funcionamento suave mesmo em giros elevados. É um carro gostoso de dirigir. Pode não andar junto do Civic Si, mas não é tão nervoso quanto o Honda, que pede muitas trocas de marcha e tem a suspensão muito ríspida para o dia-a-dia.
Deixo meu amigo em casa, e ele enfim se convence. “Gostei do carro, esse motor 1.4 é show! Quanto custa?” “Começa em R$ 78.900, mas já vem bem recheado de equipamentos, e tem alguns opcionais interessantes, como o navegador por GPS embutido (Blue&Me NAV)”. “Humm, é quase o preço de um Jetta, não sei não”, reflete ele. Pois é, assim como o Civic e o Corolla topos de linha, o Linea mais caro invade perigosamente a área de carrões como o Jetta e o Fusion. Mas se você gostou do motor T-Jet e não faz questão do espaço e do porta-malas (484 litros aferidos) do Linea, não desanime: o Punto terá esse propulsor em breve (veja aqui), com preço menor e desempenho ainda melhor.
Abastecer com álcool é vantajoso em 18 estados brasileiros, enquanto a gasolina vale a pena em apenas nove. Esse é o resultado de um levantamento divulgado nesta quarta-feira (14) por uma empresa de cartões de abastecimento.
Para chegar aos números, foram levantados os preços praticados em oito mil postos de combustíveis credenciados à Ticket Car, empresa que conta com cerca de 200 mil veículos cadastrados.Os estados com maior variação de preço são também aqueles onde o álcool supera a gasolina. A variação em Mato Grosso é de 47%, enquanto em São Paulo é de 44,6%. Já a menor diferença se encontra nos estados de Roraima (22,8%) e Pará (23,4%), onde apesar do álcool barato, compensa rodar com gasolina.
Segundo Marcelo Nogueira, gerente de Negócios Especialista do Ticket Car, a autonomia do veículo com álcool é, em média, 30% menor. Assim, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% menor. Portanto, a lógica da tabela é a seguinte: sempre que a variação for menor que 30%, o álcool não vale a pena.
A alta no preço do GNV já afugenta clientes das oficinas de conversão. Só no município de São Paulo, em apenas um mês, o preço do gás natural veicular subiu 18% em média, um reflexo direto da escalada do dólar nos últimos meses, de acordo com as distribuidoras.
“A partir de hoje, só álcool. No preço que está, não tem mais condição de trabalhar no gás”, comenta o taxista Maurício Novas. Ele puxou a fila em um ponto de táxi de São Paulo, onde colegas também garantem: abastecer com GNV já foi vantajoso. Carlos Alberto Arantes relembra os bons tempos: “Em relação ao álcool, 70% de economia, à gasolina, 35%. Agora não está compensando mais, agora é só no álcool”.
Fonte: Ticket Car
Jaguar XFR atingiu 363 km/h no desetor de sal de Bonneville, nos Estados Unidos
A Jaguar optou por uma estratégia bem convincente para apresentar o novo Jaguar XFR no Salão de Detroit. Antes de ser exibida ao público, a versão esportiva do sedã XF foi colocada à prova no famoso deserto de sal de Bonneville, nos Estados Unidos. O local é palco para a competição que escolhe os carros mais rápidos do mundo, onde correm desde hot-rods até superdragsters de arrancada. O sedã conseguiu atingir 363 km/h de velocidade final.
Parachoques ficaram destruídos após a prova
Sob o capô, o sedã ostenta um motor 5.0 V8 supercharger de 600 cv. Para chegar aos 100 km/h, foram necessários apenas 4,7 segundos. Apesar da excelente marca de 363 km/h para um sedã, o XFR ainda está longe de bater o recorde do carro em produção mais rápido do mundo - o Shelby SSC ultimate Aero TT, que registrou 412,28 km/h.
O Fox perde nesse aspecto. Ele é quase tão bom em tudo, mas tem a suspensão mais firme para não inclinar tanto nas curvas. Resultado? Transfere mais as imperfeições do piso para os ocupantes e, ainda assim, não consegue a mesma estabilidade de Gol e Polo. Também incomoda no Fox a larga coluna dianteira, que atrapalha a visibilidade em cruzamentos e vias de mão dupla. Em compensação, é dele a posição de dirigir mais alta do trio, uma característica que agrada às mulheres. O motorista vai, no mínimo, 6 cm acima que no Polo. E o espaço interno é imbatível na categoria.
Pensado de dentro para fora, o Fox acomoda melhor seus passageiros, especialmente os mais altos, tanto na frente quanto atrás. Nesse ponto, foi interessante o comentário de um grupo de valets ao ver o novo Gol. “Nossa, como ele ficou pequeno!”. Realmente, é menor que o velho modelo. Mas, por dentro, quanta diferença... a racionalidade do motor transversal abriu espaço, literalmente, na cabine. Parece, de novo, o Polo. E leva mais bagagem: segundo nossas medições, o Gol tem 290 litros de porta-malas, contra 278 do Polo e 257 litros do Fox. A raposa, no entanto, pode ter esse volume ampliado graças ao banco traseiro corrediço.
Se o Fox é o dono do espaço, o Polo dá as cartas em acabamento e sofisticação. Só ele tem as chapas da carroceria soldadas a laser, o que garante uma rigidez maior, e mimos como sensor de estacionamento e ar-condicionado digital (opcional). O retrovisor direito que baixa para mostrar a calçada quando engatamos a ré agora também está disponível no Fox. Mas o painel do Polo emprega materiais mais nobres, além de ter comandos mais suaves das setas e dos faróis. Para completar, seu volante tem revestimento mais agradável ao tato.